Antes da anestesia
Antes da anestesia
Avaliação pré-anestésica
A avaliação pré-anestésica é uma consulta médica que pode ser realizada na ocasião da internação para a cirurgia ou em um consultório. É um importante momento de contato entre anestesiologista, paciente e familiares.
Nessa consulta o anestesiologista questiona sobre o histórico de saúde do paciente, explica riscos e benefícios da técnica anestésica escolhida e orienta alguns cuidados pré e pós-operatórios.
Ansiedade costuma ser grande na véspera de procedimentos cirúrgicos, não apenas para os pacientes mas também para os acompanhantes, e tentar reduzi-la é outro papel importante dessa conversa.
Após essa avaliação é necessário que o termo de consentimento anestésico seja assinado.
Jejum pré-operatório
O jejum é de extrema importância para evitar complicações graves!
A sedação e a anestesia geral inibem o reflexo protetor de tosse e, no caso de regurgitação de conteúdo do estômago, pode haver aspiração para os pulmões e problemas respiratórios graves. Cumprir o tempo adequado de jejum diminui de maneira importante esse risco. A segurança do paciente deve estar em primeiro lugar!
A recomendação atual da Sociedade Americana de Anestesiologia para o tempo mínimo de jejum pré-operatório encontra-se na tabela a seguir. Esses períodos podem ser maiores, a depender de algumas condições de saúde dos pacientes.
Tempo de Jejum | Tipo de alimento |
2 horas | líquidos claros, sem resíduos (água, chá, gelatina, suco à base de água e sem polpa) |
4 horas | leite materno |
6 horas | refeições leves (torradas sem recheio), leite não-humano, fórmulas lácteas |
8 horas | alimentação em geral |
Recomendações pré-operatórias
– Tente descansar na véspera da cirurgia e respeite o período de JEJUM!
– Bebidas alcoólicas não devem ser consumidas na véspera do procedimento.
– Idealmente deve-se interromper o tabagismo por pelo menos 4 semanas, para que haja redução de complicações respiratórias. Períodos de 48 horas sem fumar melhoram a oxigenação das células mas aumentam a quantidade de secreção das vias respiratórias.
– Falar sobre o uso de drogas costuma ser um tabu, mas é extremamente importante que o anestesiologista esteja ciente. Seu consumo aumenta muito o risco de complicações e deve ser interrompido pelo menos 15 dias antes do procedimento.
– O paciente ou acompanhante deve informar todos os remédios que são tomados no dia-a-dia. Isso inclui fórmulas manipuladas e fitoterápicos. Levar ao hospital a receita médica ou as próprias embalagens pode facilitar a comunicação.
– Levar ao hospital não apenas os exames relacionados à cirurgia mas também os de sangue e cardiológicos que tenha feito recentemente (eletrocardiografia, Holter, ecocardiograma, por exemplo). Esses exames não são solicitados como rotina no pré-operatório para todos os pacientes, mas de modo individualizado, de acordo com os problemas de saúde e queixas de cada um.
– Os medicamentos de uso habitual devem ser MANTIDOS, inclusive no dia da cirugia. Algumas exceções existem e devem seguir orientação médica, como ajuste de dose de insulina e adaptação de alguns anticoagulantes.
Risco anestésico-cirúrgico e segurança do paciente
Com o avanço tecnológico, o uso de novas medicações, a propagação do conhecimento e a prática da avaliação pré-anestésica tornou-se infrequente a ocorrência de complicações anestésicas graves. A colaboração do paciente, seguindo as recomendações da equipe médica, é primordial para este desfecho positivo.
Como a medicina não é uma ciência exata, algumas intercorrências podem acontecer no contexto anestésico-cirúrgico, mesmo tomando todas as precauções devidas. Geralmente estão relacionadas a doenças do paciente ou à complexidade do procedimento, sendo as mais comuns oscilações de pressão arterial, arritmias cardíacas, dificuldade de oxigenação do sangue e reações alérgicas.
Os anestesiologistas são capacitados para diagnosticar e intervir prontamente, visando a segurança do paciente.